Romance

Oi geente :)
Nem postei ontem, to perdendo a inspiração, e o tempo também. Essa semana a cidade vai tá lotaaaada de gente, porque é a semanda do JEMG (Jogos Escolares de Minas Gerais). Eu é que não reclamo, é taaão bom, sem falar nos meninos que vem pra cá. Mas, infelizmente, todas as escolas estão de recesso menos a minha, por ser particular. É mole ?! E minha falta de tempo se deve também aos meus queridinhos professores que insistem em me encher de dever de casa. E ainda tem os trabalhos extras que eu faço por desenhar bem e fazer as coisas bem feitas. Como eu não digo não pra não decepcioná-los, o tempo fica mais curto ainda. Mas ontem eu fiz uma texto de português. Era uma paráfrase criativa feita a partir de uma poema bem horrível, pelo menos eu achei :P . . Mas enfim, eu fiz um romance e queria compartilhar com vocês . . Comentem depois pra eu ver se ficou bom ou não tá ? Eu vou ficando por aqui e vocês fiquem a vontade pra ler o texto e falar o que acharam . . Beijo galera :*

Primeiro, o poema:

CONTOS EM LETRAS GARRAFAIS

Todos os dia esvaziava
uma garrafa, colocava
dentro sua mensagem, e a
entregava ao mar.
Nunca recebeu resposta.
Mas tornou-se alcoólatra.

Agora o meu texto:

MANHÃ DE NATAL

- Meu amor, por favor, não vá embora!
- Sinto muito Harry, não dá mais pra nós . . .
E partiu, deixando-o em pé, aos prantos. Como ele a amava, mas por um deslize a havia perdido; perdido o amor da sua vida. Lembrou-se de como se conheceram. Era uma tarde de primavera e Harry havia sido demitido. Estava tão chateado, sabia que era um bom publicitário e não tinha culpa do que havia acontecido. Não sabia que uma única propraganda colocaria sua carreira a perder . . . Estava tão mergulhado em seus pensamentos que nem percebeu que já havia passado da hora de fechar o parque. Caminhou, então, em direção à saída.
Foi então que ouviu alguém bater na porta do banheiro feminino.
- Alguém, por favor ?! Eu estou trancada aqui, abram a porta . . .
Harry nem se importou e continuou andando, quando a moça tornou a gritar. "Não custa nada ajudá-la, pensou ele, e voltou para abrir a porta. Foi então que viu a visão mais bonita de toda a sua vida: lá estava ela, num vestido florido, solto, com um suéter rosinha cobrindo-o. Com seu cabelo curto até o limite do pescoço, e levemente maquiada ela parecia uma manhã de natal. Harry sentiu seu coração bater mais forte, as pernas ficarem bambas e começou a suar. Não sabia o que estava acontecendo, mas sentia que precisava conhecê-la.
- Oi, muito obrigada. - disse a garota sorrindo -Meu nome é Sofie, muito prazer . . .
"Sofie", era assim que a manhã de natal se chamava. Harry viu a mão dela estendida, mas havia perdido a fala e os movimentos. Observou o rosto da garota atentamente. Ela tinha traços femininos e gentis e o cabelo preto e liso, com uma suava franja levemente caída. E foi então que Harry se perdeu: olhou em seus olhos cor de chocolate que contrastavam perfeitamente com sua pele branca. Eram tão profundos e transmitiam tanta doçura, que era impossível não se render aos seus encantos. Lembrou-se, então, da mão estendida a sua espera, mas tudo que conseguiu dizer foi:
- Você é linda!
Sofie riu.
- Obrigada. Bom, eu acho melhor irmos antes que o parque feche.
Ele concordou e saíram rumo à porta. Mas quando chegaram lá ela já havia sido fechada.
- Acho que vamos ter que ficar aqui por enquanto - disse Harry, tirando um pequeno sorriso de vergonha de Sofie.
Caminharam em direçao a uma árvore enorme, toda florida, onde se sentaram.
- E, a propósito, qual é o seu nome?
- Ah, sim, é Harry.
- Harry . . . Então Harry, o que você faz?
Ele lembrou-se do que havia acontecido, mas por mais vergonha que tivesse de admitir, não conseguiu mentir pra ela, que o olhava fixamente.
- Fui demitido. - disse tristemente.
- Ah, me desculpe. - Sofie falou envergonhada.
Foi então que o coração de Harry quase pulou do peito: Sofie passava a mão no seu rosto, suave e carinhosamente, como que para confortá-lo. Ele segurou a mão dela em seu rosto e apenas isso foi necessário.
Desolado, sentado no sofá, com a cerveja na mão, Harry lembrava-se de tudo. Pensou nela, que a essa altura já estava no Japão. Ela recebera uma proposta de trabalho por lá, mas não foi por isso que o deixou. Ela achava que ele a havia traído, mas não era verdade. Harry a amava demais para pensar em outra mulher. Mas Sofie não sabia disso, e a culpa não era dela.
Ao recuperar o emprego, Harry trabalhava o dia inteiro e se estressava demais. Se tornou frio, superficial e mau-humorado. Não demonstrava seu amor e Sofie não o reconhecia mais. A "suposta" traição, então, foi a gota d'água para o frágil coração dela.
Harry olhou profundamente a garrafa de cerveja em sua mão, chorando novamente. Ele tinha que recuperar sua amada, só não sabia como. Foi então que veio a idéia. Saiu e comprou 100 garrafas e as esvaziou. Iria escrever bilhetes, colocá-los dentro das garrafas e jogá-las ao mar, na esperança de que do outro lado do mundo Sofie encotrasse alguma, ou desse notícia de um maluco chamado Harry que estava "poluindo" o oceano. Em cada pedaço de papel escrevia uma mensagem: Me perdoe ; eu nunca seria capaz de te trair; eu te amo demais . . . E, no último pedaço, lembrando-se do primeiro encontro novamente, escreveu:
"Sofie, me perdoe por tudo. Eu fui um idiota e você não merece isso. Mas eu preciso da sua mão no meu rosto, eu preciso de você para me guiar. Eu te amo além da compreensão. Seja novamente minha manhã de natal . . ?" E apenas isso foi necessário.